quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Das Idéias, dos Sentimentos e do Perdão

Dizem que as idéias movem o mundo. É verdade, tudo, antes de materializar – se tem que passar pelas idéias, pelo campo da imaginação criadora. O mundo em que vivemos hoje é resultado de um número incontável de idéias, sonhos.

Um dia, observando os pássaros, o homem ideou e sonhou que também podia voar e Santos Dumont provou que essa ideação – sonho podia ser realidade.

Seja qual for a idéia, simples ou transformadora da realidade, ela não pode vir desacompanhado de sentimentos. Razão e coração devem estar unidos. Essa é completude do homem. O que é a idéia desacompanhada de sentimentos? Algo frio, gélido, idéias murchas como flores na ausência de regação.

Se as idéias movem o mundo, quem as move são os sentimentos. Que adianta eu externar, através de discursos, idéias de que amo alguém ou a humanidade, de que sou solidário, se não tenho os sentimentos que me farão desenvolver ações concretizadoras dessas idéias?

As idéias em si são abstratas, distantes da realidade. Quem faz o papel de trazê-las para o mundo real são os sentimentos.

Nós não amamos pelas idéias e sim pelos sentimentos. Cabe a elas, dar estrutura, embasamento a eles.

Hoje, aprendi – e ainda estou aprendendo- que, ser humano por inteiro é aquele que une razão e coração, idéias e emoção, cérebro e alma. Ainda mais, ser humano por inteiro é não esconder seus sentimentos, é ter coragem de expô-los. Essa parte é dura, pois, fomos educados em preceitos e preconceitos `` machistas ``, um dois quais é o de homem que é homem não demonstra sentimentos e nem chora. Nada mais errado, sentimentos fazem parte da natureza humana e chorar é comum a todos mortais cada qual com suas fraquezas.

Um dia, vem à mente a idéia de nossos erros, equívocos, desacertos em relação a circunstancias ou ao próximo – mais a este. Mas, se a idéia de que estamos errados não vir acompanhada de sentimentos, não teremos como realizar, materializar num pedido de perdão. Ao pedirmos perdão, resgatamos dimensões profundas do ser humano que nossos desacertos encobriam e, por conseqüência, nos sentimos melhor, mais leve, principalmente, humano. A verdade – e nunca é tarde para descobrí-la: solicitar, pedir perdão é gesto de grandeza de alma, e, maior e infinito é quem perdoa, colocando – se acima das pequenezas humanas. Enfim, pedir e ser perdoado são idéias ligadas a sentimentos profundos de bem querer, a sentimentos engrandecedores. Aquele que pede perdão, na verdade pede um recomeço e quem o concede, dá-lhe oportunidade de se (re)construir em bases sólidas e, especialmente, humanas.

Júlio César Staconi

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